Arquivo de novembro 2010

Igreja no Brasil tem nova beata

No dia 06 deste mês a Igreja Católica celebra a beatificação da fundadora da Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria, Bárbara Maix. A Missa acontece em Porto Alegre (RS), presidida pelo prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Dom Ângelo Amato. O processo, que começou em 1993, teve a autorização do Vaticano publicada em maio deste ano, pelo Papa Bento XVI, através do decreto do milagre atribuído a intercessão da madre.

Uma vida de amor e fé
A jovem austríaca nasceu em 1818, em Viena. Desde pequena mostrava fé e amor a Deus. Foi expulsa de seu país devido a perseguição religiosa, movida pela revolução liberal de 1848. Acompanhada por 21 moças, Bárbara Maix embarcou rumo ao Brasil e, já no Rio de Janeiro, fundou a Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria, atuando nas áreas da educação e saúde dos órfãos, crianças e mulheres pobres.
 
No Rio Grande do Sul, assumiu um asilo em Pelotas e a roda dos excluídos da Santa Casa de Porto Alegre. Madre Bárbara Maix viveu 14 anos na capital gaúcha e retornou ao Rio de Janeiro, onde faleceu no dia 17 de março de 1873, aos 54 anos. Seus restos mortais estão depositados na Capela São Rafael, em Porto Alegre.
 
O Milagre
No dia 10 de julho do ano de 1944, Onorino Ecker tinha apenas quatro anos e se aquecia ao redor do fogo com seus irmãos em sua casa em Caxias do Sul. Uma panela de água fervendo estava pendura numa corrente sobre o fogo. Um dos irmãos bateu na corrente e a água derramou. O vapor e a cinza vieram por cima de Onorino, que caiu nas brasas.
 
O menino sofreu queimaduras de terceiro grau. Já no hospital, as unhas caíram e ele sofreu convulsões. Nem os médicos acreditavam na recuperação. Então a Irmã Dulcídia Granzotto, enfermeira da Congregação do Imaculado Coração de Maria, pais e amigos iniciaram uma novena, invocando a intercessão de Bárbara Maix. Após 15 dias, Onorino deixou o hospital completamente curado, sem nenhuma cicatriz.
 
Oração
Deus, Pai de bondade e misericórdia, que escolhestes Bárbara Maix para cumprir sempre e em tudo a Vossa Vontade, especialmente junto aos mais necessitados, concedei-nos, Vós que conheceis nossas esperanças e sofrimentos, a Graça de que tanto precisamos.
 

Jovens de Gurupi passam noite em vigília

No último sábado do mês passado (30/11) os jovens da Paróquia Nossa Senhora D’Abadia tiveram uma noite bastante diferente do habitual. Das 22h de sábado até as 6h de domingo eles estiveram reunidos em vigília de louvor e adoração na Capela Nossa Senhora das Graças, no Setor Cruzeiro. Fugindo um pouco do convencional, além dos momentos de silêncio e adoração houve muita música de louvor e animação, onde os jovens puderam cantar, dançar e se divertir de forma sadia e espirituosa. 

Para muitos a vigília serviu para fazer uma grande reflexão interior, como relata o instrutor de mecânica Adelcimar Dias, “o que mais me tocou foi poder estar em contato direto com Jesus, poder me doar e de certa forma me perdoar também”. A estudante Joyce Pereira também comenta a sua experiência, “quando de uma hora para outra começou a chover era como se Deus estivesse mandando um sinal, ‘estou vendo vocês, lá do céu eu estou assistindo o que vocês estão fazendo para mim’. Foi uma experiência única!”.

O pároco Diniz explica que a Comunidade Obra de Maria, a qual pertence, realiza trabalhos com vigílias diretamente para o público jovem em todas as regiões onde atuam. “O jovem gosta de desafio e a igreja se desperta para desafiar o jovem para passar uma noite de experiência com Jesus”, enfatiza. Diniz comenta que esta foi apenas a primeira, mas o projeto é realizar a vigília pelo menos uma vez ao mês.

Finados: dia em que a Igreja celebra e reza pelos fiéis defuntos

Essa prática começou já no século II, onde temos relato de alguns Cristão que rezavam pelos falecidos, visitando os túmulos dos mártires para rezar pelos que morreram. No século V a Igreja dedicava um dia do ano para rezar por todos os mortos, pelos quais ninguém rezava e dos quais ninguém lembrava.

Também o abade de Cluny, Santo Odilon, em 998 pedia aos monges que orassem pelos mortos. Desde o século XI, os Papas Silvestre II (1009), João XVII (1009) e Leão IX (1015) obrigam a comunidade a dedicar um dia aos mortos. No século XIII esse dia anual passa a ser comemorado em 2 de novembro, porque 1° de novembro é a Festa de Todos os Santos.


Temos o embazamento bíblico que nos indica essa prática da oração pelos mortos: “Pois bem, quando oravas, tu e Sara, eu apresentei o memorial da vossa prece na presença da claridade do Senhor. Da mesma forma o fiz, quando sepultava os mortos”. (Tb 12, 12). 


Outro texto bíblico que nos ajuda e fundamentar biblicamente a prática da oração pelos mortos é de Macabeus:“De fato, se ele não tivesse esperança na ressurreição dos que tinham morrido na batalha, seria supérfluo e vão orar pelos mortos. Mas, considerando que um ótimo dom da graça de Deus está reservado para os que adormecem piedosamente na morte, era santo e piedoso o seu modo de pensar. Eis por que mandou fazer o sacrifício expiatório pelos falecidos, a fim de que fossem absolvidos de seus pecados”. (2 Mc 12, 43-46).

Neste dia de uma forma especial, a Igreja concede aos fiéis que forem visitar o Cemitérios e orar pelos mortos, “a indulgência plenária” (remissão plena das penas dos pecados). Porém, se faz necessário para experimentar a indulgência, ter se confessado, participar da Santa Missa e rezar o Credo, um Pai-Nosso e uma Ave-Maria nas intenções do Santo Padre o Papa. Essa indulgência plenária pode ser oferecida para a alma de um ente querido ou pelas almas do Purgatório. A Igreja estende até o dia 8 de novembro a graça da indulgência plenária para os que visitarem os Cemitérios, orarem pelos mortos e pelas intenções do Santo Padre o Papa.

Como católicos, precisamos agradecer a Deus pelo dom da nossa fé, e aproveitarmos todas as graças que o Senhor nos concede através da oração e das práticas de piedade e atos de misericórdia.

Unamo-nos a toda a Igreja neste empenho pela oração pelos fiéis defuntos e estejamos sempre preparados, vivendo na graça e na benção de Deus, pois o Senhor pode vir a qualquer momento, ou podemos ser chamados para a morada eterna. Busquemos a santidade com todo empenho e piedade.

Pe.Roger Luis

A celebração da festa de todos os Santos

No dia 1º de novembro, a Igreja celebra a festa de Todos os Santos. Segundo a tradição, ela foi colocada neste dia, logo após 31 de outubro, porque que os celtas ingleses - pagãos -, celebravam as bruxas e os espíritos que vinham se alimentar e assustar as pessoas nesta noite (Halloween).

Nesse dia, a Igreja militante (que luta na Terra) honra a Igreja triunfante do Céu “celebrando, numa única solenidade, todos os Santos” – como diz o sacerdote na oração da Missa – para render homenagem àquela multidão de Santos que povoam o Reino dos Céus, que São João viu no Apocalipse: “Ouvi, então, o número dos assinalados: cento e quarenta e quatro mil assinalados, de toda tribo dos filhos de Israel. Depois disso, vi uma grande multidão que ninguém podia contar, de toda nação, tribo, povo e língua: conservavam-se em pé diante do trono e diante do Cordeiro, de vestes brancas e palmas na mão". "Esses são os sobreviventes da grande tribulação; lavaram as suas vestes e as alvejaram no sangue do Cordeiro.” (Ap 7,4-14)

Esta imensa multidão de 144 mil, que está diante do Cordeiro, compreende todos os servos de Deus, aos quais a Igreja canonizou através da decisão infalível de algum Papa, e todos aqueles, incontáveis, que conseguiram a salvação, e que desfrutam da visão beatífica de Deus. Lá “eles intercedem por nós sem cessar”, diz uma de nossas Orações Eucarísticas. Por isso, a Igreja recomenda que os pais ponham nomes de Santos em seus filhos.

Esses 144 mil significam uma grande multidão (12 x 12 x 1000). O número doze e o número mil significavam para os judeus antigos plenitude, perfeição e abundância; não é um valor meramente aritmético, mas simbólico. A Igreja já canonizou mais de 20 mil santos, mas há muito mais que isto no Céu. No livro 'Relação dos Santos e Beatos da Igreja', eu pude relacionar, de várias fontes, quase 5mil dos mais importantes; e os coloquei em ordem alfabética.

A "Lúmen Gentium" do Vaticano II lembra que: "Pelo fato de os habitantes do Céu estarem unidos mais intimamente com Cristo, consolidam com mais firmeza na santidade toda a Igreja. Eles não deixam de interceder por nós junto ao Pai, apresentando os méritos que alcançaram na terra pelo único mediador de Deus e dos homens, Cristo Jesus. Por seguinte, pela fraterna solicitude deles, a nossa fraqueza recebe o mais valioso auxílio” (LG 49) (§956).

Na hora da morte, São Domingos de Gusmão dizia a seus frades: “Não choreis! Ser-vos-ei mais útil após a minha morte e ajudar-vos-ei mais eficazmente do que durante a minha vida”. E Santa Teresinha confirmava este ensino dizendo: “Passarei meu céu fazendo bem na terra”.

O nosso Catecismo diz que: “Na oração, a Igreja peregrina é associada à dos santos, cuja intercessão solicita” (§2692).

A marca dos santos são as bem–aventuranças que Jesus proclamou no Sermão da Montanha; por isso, este trecho do Evangelho de São Mateus (5,1ss) é lido nesta Missa. Os santos viveram todas as virtudes e, por isso, são exemplos de como seguir Jesus Cristo. Deus prometeu dar a eterna bem-aventurança aos pobres no espírito, aos mansos, aos que sofrem e aos que têm fome e sede de justiça, aos misericordiosos, aos puros de coração, aos pacíficos, aos perseguidos por causa da justiça e a todos os que recebem o ultraje da calúnia, da maledicência, da ofensa pública e da humilhação.

Esta 'Solenidade de Todos os Santos' vem do século IV. Em Antioquia, celebrava-se uma festa por todos os mártires no primeiro domingo depois de Pentecostes. A celebração foi introduzida em Roma, na mesma data, no século VI, e cem anos após era fixada no dia 13 de maio pelo papa Bonifácio IV, em concomitância com o dia da dedicação do “Panteon” dos deuses romanos a Nossa Senhora e a todos os mártires. No ano de 835, esta celebração foi transferida pelo papa Gregório IV para 1º de novembro.

Cada um de nós é chamado a ser santo. Disse o Concilio Vaticano II que: “Todos os fiéis cristãos, de qualquer estado ou ordem, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade” (Lg 40). Todos são chamados à santidade: “Deveis ser perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48): “Com o fim de conseguir esta perfeição, façam os fiéis uso das forças recebidas (…) cumprindo em tudo a vontade do Pai, se dediquem inteiramente à glória de Deus e ao serviço do próximo. Assim, a santidade do povo de Deus se expandirá em abundantes frutos, como se demonstra luminosamente na história da Igreja pela vida de tantos santos” (LG 40).

O caminho da perfeição passa pela cruz. Não existe santidade sem renúncia e sem combate espiritual (cf. 2Tm 4). O progresso espiritual da oração, mortificação, vida sacramental, meditação, luta contra si mesmo; é isto que nos leva gradualmente a viver na paz e na alegria das bem-aventuranças. Disse São Gregório de Nissa (†340) que: “Aquele que vai subindo jamais cessa de ir progredindo de começo em começo por começos que não têm fim. Aquele que sobe jamais cessa de desejar aquilo que já conhece” (Hom. in Cant. 8).

Felipe Aquino

Álcool causa mais danos aos usuários do que o crack e a heroína

O álcool é uma droga mais perigosa do que o crack e a heroína, quando são levados em conta os danos causados aos usuários e a terceiros, disseram cientistas britânicos nesta segunda-feira (1º). Apresentando uma nova escala relacionada aos danos para os usuários e para a sociedade, o álcool aparece como a droga mais nociva, quase três vezes mais danosa do que a cocaína e o tabaco.


Segundo essa escala, a heroína e o crack são a segunda e a terceira drogas mais nocivas.

David Nutt, presidente do Comitê Científico Independente para Drogas da Grã-Bretanha, que participou do trabalho publicado na revista científica Lancet, disse que as conclusões mostram que "tratar agressivamente os danos do álcool é uma estratégia válida e necessária de saúde pública".

Ele afirmou também que a nova escala mostra que as classificações dadas às drogas têm pouca relação com os danos causados.

O álcool e o tabaco, por exemplo, são legais para os adultos na maioria dos países, enquanto drogas como ecstasy, maconha e LSD costumam ser ilegais.

- É intrigante notar que as duas drogas legais avaliadas [álcool e tabaco] aparecem no segmento superior do ranking, indicando que as drogas legais causam pelo menos tanto dano quanto as substâncias ilegais.
Há um ano, o pesquisador foi obrigado a deixar a direção do influente Conselho Consultivo sobre o Abuso de Drogas ao criticar ministros por ignorarem as evidências científicas de que a maconha faz menos mal que o álcool.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que os riscos associados ao álcool - acidentes, doenças do coração e fígado, suicídios e câncer - causem 2,5 milhões de mortes por ano, ou 3,8% do total. Seria o terceiro principal fator de risco para mortes prematuras e incapacitações em nível global.
Na nova escala, os danos para o usuário incluem mortes causadas direta ou indiretamente pelas drogas, além de dependência e perda de relacionamentos. Os danos para os demais incluem criminalidade, dano ambiental, conflitos familiares, danos internacionais, custos econômicos e prejuízos à vivência em comunidade.

Numa escala de zero a cem, o álcool aparece com 72 pontos, seguido pela heroína (55) e o crack (54). Algumas outras drogas avaliadas foram as metanfetaminas (33), cocaína (27), tabaco (26), anfetaminas (23), maconha (20), benzodiazepinoicos (como Valium) (15), ketamina (15), metadona (14), mefedrona (13), ecstasy (9), esteroides anabolizantes (9), LSD (7) e cogumelos alucinógenos (5).

Fonte: R7