Irmã Lourdes Mariotto: 50 anos de vida religiosa

Conheça um pouco da história de uma das religiosas mais queridas de Gurupi


No dia 18 de abril, na Comunidade Nossa Senhora Aparecida, no Jardim Guanabara, em Gurupi, o Padre Deusimar Correia celebrou uma missa em comemoração aos 50 anos de vida religiosa da irmã Lourdes Mariotto. Num dia de muitas homenagens, Lourdes recebeu o carinho dos fiéis da comunidade que por longos anos acompanham a sua caminhada, além das irmãs de Paraíso do Tocantins e Santa Rosa.

Conhecendo Lourdes
Nascida em 27 de novembro de 1939, em Ivorá, no interior do Rio Grande do Sul, Lourdes cresceu numa família bastante religiosa, principalmente sua mãe, o que incentivou um de seus irmãos e uma irmã sentir vontade também de seguir a vocação sacerdotal e religiosa. O irmão mais novo de Lourdes ainda chegou a estudar por sete anos no seminário, mas acabou desistindo, posteriormente casou e constituiu família. A irmã mais velha foi para o convento e trabalhou como religiosa até o fim de sua vida.

O chamado a vocação
A vontade de ser religiosa surgiu aos sete anos de idade, ao ver em sua comunidade algumas freiras da congregação Irmãs de Nossa Senhora, que visitavam a igreja. Ela conta que nesse dia estava acompanhada de sua irmã mais velha que também ficou impressionada com a alegria daquelas freiras e principalmente com as vestes que elas usavam. “Parece engraçado, mas no primeiro momento senti vontade de ser religiosa, por curiosidade, por ver a alegria no rosto daquelas freiras e achar suas roupas lindas, principalmente o véu”, disse a irmã. Aos 12 anos descobriu que sua curiosidade era um chamado para a vocação religiosa. Então contou a família da sua decisão, que lhe deu total apoio.


Um fato interessante ainda nessa idade foi quando um jovem tentou aproximar-se de Lourdes, para conhecê-la melhor e depois tentar iniciar um namoro. A irmã conta que em todas as festas da comunidade, missas e encontros da igreja ele sempre estava tentando ganhar espaço, mas ela já tinha o desejo no coração de ser religiosa e por isso sempre o “podava” com a mesma resposta “eu vou para o convento, quero ser freira”, dizia. Após tantas tentativas frustradas o jovem desistiu de Lourdes, mas acabou ficando em família, pois se casou com uma prima dela.


Aos 15 anos Lourdes saiu de casa para um juvenato ou convento, como é mais popular, na cidade de Passo Fundo - RS. “Eu nunca vou esquecer-me do dia em que saí de casa, 02 de fevereiro, dia de Nossa Senhora dos Navegantes. Mas confesso que nessa época sofri muito por estar longe de casa e sem conhecer ninguém. Talvez eu tenha demorado aproximadamente um ano para me integrar com as outras moças e consegui acostumar”, explicou.

A chegada ao Tocantins
Lourdes chega ao Tocantins em fevereiro de 1984, na cidade de Marianópolis, onde trabalhou por dez anos com outras duas freiras. Nessa época iniciou seu trabalho na Pastoral da Criança e no posto de saúde, fazendo atendimentos, vacinação, planejamento familiar, além de ajudar na parte religiosa da comunidade. “Eu atendia no posto como se fosse médica, cheguei a fazer até partos. Quando eu tinha dúvidas eu ligava para o meu irmão que mora no Sul e que é médico”, relata.


Em 1994 foi transferida para Gurupi, e deu continuidade ao trabalho na Pastoral, assumindo a coordenação paroquial. Segundo ela, no início fazia visitas com as irmãs Lúcia e Célia, que já estavam na cidade, então formaram um grupo com quatro líderes e daí então foi se expandindo. “No início foi difícil assumir coordenação sem ter alguém capacitado para me ajudar, então tive que procurar formar um grupo para só então realizar cursos de capacitação e distribuir as tarefas”, lembra Lourdes.

Mensagem
“De tudo que vivi só tenho a agradecer a Deus a todo o momento por estar viva e poder comemorar 50 anos de trabalho prestado a Deus e as pessoas que precisaram de mim. Peço sempre o bem para todos que me ajudaram a crescer, pois ninguém cresce sozinho. Hoje me sinto realizada no meu trabalho e na minha vocação. Espero em Deus poder ajudar muito ainda as pessoas carentes ou aquelas que necessitem da minha ajuda”, conclui.


Luciana Galvão

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