Bento XVI convidou neste domingo os fiéis a viverem segundo “a lógica de Deus”, a lógica da atenção ao outro e do amor.

 

Foi o que destacou o pontífice ao introduzir a oração do Angelus junto aos peregrinos reunidos no pátio da residência de Castel Gandolfo, onde o Papa transcorre o período de verão no hemisfério norte.

Segundo Bento XVI, na passagem evangélica deste domingo, Jesus adverte “sobre o valor da pessoa aos olhos de Deus e sobre a inutilidade das preocupações terrenas”.

“Não se trata de um elogio ao desinteresse. Escutando o convite tranquilizador de Jesus, ‘Não tenhas medo, pequeno rebanho, pois foi do agrado do vosso Pai dar a vós o Reino’, o nosso coração abre-se a uma esperança que ilumina e anima a existência concreta.”

“Temos a certeza de que ‘o Evangelho não é apenas uma comunicação de realidades que se podem saber, mas uma comunicação que gera fatos e muda a vida. A porta tenebrosa do tempo, do futuro, foi aberta de par em par. Quem tem esperança, vive diversamente; foi-lhe dada uma vida nova”, disse o Papa.

De acordo com o pontífice, Jesus, no Evangelho de hoje – através das três parábolas – “ilustra como a expectativa da plenitude da ‘beata esperança’, a sua vinda, deve incentivar ainda mais a uma vida intensa, rica de boas obras”.

“Vendei vossos bens e dai esmola. Fazei para vós bolsas que não se estraguem, um tesouro no céu que não se acabe; ali o ladrão não chega nem a traça corrói”, citou o Evangelho de Lucas (12, 33).

“É um convite a usar as coisas sem egoísmo, sede de poder ou domínio, mas segundo a lógica de Deus, a lógica da atenção ao outro, a lógica do amor: como escreve sinteticamente Romano Guardini, ‘na forma de uma relação: a partir de Deus, em vista de Deus’”, disse o Papa.